Talvez o nome China Joenes não diga muita coisa ao grande público, mas nesta manhã (19) a música eletrônica ficou mais silenciosa após a notícia de que o supervisor geral do clube D-Edge faleceu em decorrência de um infarto, aos 40 anos de idade, deixando três filhas, a esposa Paula e uma pancada de amigos e colaboradores conquistados ao longo de 20 anos de serviços prestados à dance music brasileira.

Com jeito manso e fala suave, China foi um dos nomes que ajudaram o techno a ganhar espaço na noite mais "comercial" da semana, o sábado, ao lançar a Mothership, festa semanal dedicada ao gênero que durante décadas leva música de qualidade e peso ao clube D-Edge. Sem nunca ter se rendido a modismos, China sempre abriu espaço para novos talentos da cena nacional – eu mesma toquei várias vezes em sua noite e ganhei resenhas detalhadas dos meus sets feitas por ele, com comentários elogiosos sobre a dinâmica do meu som 🙂

Além de brasileirxs, China foi um voraz farejador de nomes gringos em suas melhores fases da carreira. Foram tantos sets inesquecíveis que vi passar pela Mothership que não consigo nem começar uma lista. Mas não foi só na sua festa de sábado à noite que China foi atuante. Calmo como um buda, China cuidou da expansão dos negócios relacionados ao grupo D-Edge e foi o braço direito de Renato Ratier, dono do clube e outros negócios relacionados, como o selo, o estúdio e restaurante Bossa, a agência de DJs. Aliás, foi das mãos de Renato que ele recebeu em maio deste ano o Heads of the Industry, do Brazilian Music Conference, prêmio que reconheceu seu legado ainda em vida.

Por essas e por outras que deixo aqui minha pequena homenagem a este grande homem que tão cedo se foi. Imagino que a technêra hoje no céu vai ser das boas! Meus profundos sentimentos à Paula, às meninas e aos amigos do China. E deixo também uma música que, com certeza, ele vai gostar de ouvir.