Fita K7 ganha importante aliado no Brasil, a Polysom. Será que a moda pega?
No início de 2016, a notícia de que o Flapc4, um estúdio de gravação em São Paulo, ia começar a duplicar fitas K-7 deixou nerds de música de Norte a Sul do Brasil atiçados. Será que estaríamos preparados para a volta das fitinhas?
Pouco mais de dois anos e 2.500 unidades depois, incluindo edições de K-7 para artistas tão diferentes quanto Luan Santana, Arthur Joly e Tássia Reis, o Flapc4 passou o bastão, ou melhor, as duplicadoras que havia comprado para a Polysom, fábrica de vinis reativada em 2009 e que vem crescendo a cada ano, assim como o mercado de vinil, no Brasil e no mundo.
"Eles são guerreiros e idealistas. Fiquei bem contente que foi pra eles que passamos a operação", diz Fernando Lauletta, do Flapc4. "Eles compraram outras máquinas também. Como pra gente estava complicada a coisa da importação das fitas, achamos melhor passar pra frente o negócio. Tive certeza que eles iam fabricar com qualidade, têm um cuidado grande em fazer direito", elogia Lauletta.
Foi assim que a Polysom se equipou com dois sistemas de duplicadoras Otari e um sistema da marca Kaba. Os equipamentos, que são de primeira linha, foram recuperados pelo engenheiro Milton Lange, conhecido por sua expertise na área – segundo ele, a volta do cassete irá provar que a qualidade só depende de como ele é duplicado e reproduzido, além da própria qualidade das fitas.
A produção começou em maio, após quase um ano de preparação, em busca de uma qualidade condizente com os novos tempos. Assim como o vinil de hoje é muito melhor do que o que se fazia até os anos 1980, a Polysom está trabalhando para que o cassete tenha qualidade diferenciada: "Antigamente, as fitas não tinham qualidade como as importadas que serão utilizadas agora", explica João Augusto, consultor da Polysom.
"Os cuidados eram menores em razão da altíssima quantidade de produção e o controle de qualidade praticamente não existia. O formato em si inspirava desconfiança em quem desejava um som melhor. Nós vivemos outros tempos. O consumidor não aceita mais receber produtos com defeito e ter que improvisar, bobinando fita com caneta BIC, por exemplo (no caso do vinil, havia a indefectível caixa de fósforo ou a moeda que se colocava sobre o braço para o disco não pular). A Polysom está preparada para fornecer fitas em várias cores com som de qualidade e o único fator de dúvida será o equipamento do consumidor, que precisa estar alinhado e com a cabeça limpa".
A notícia parece completamente maravilhosa para fãs de música que, como eu, mantêm um altíssimo apega às mídias físicas. O único problema é o preço, já que um K-7 da Polysom sai por R$ 49 nas lojas, como esta do Planet Hemp que está em pré-venda na Livaria Cultura.
"Se você fizer a conta ao contrário, nesses R$ 49 tem o lucro do lojista, imposto, direitos autorais, fonomecanicos, parte gráfica, a fabricação em si, impostos e mais impostos, manutenção dessas maquinas que é bem cara, e as fitas, que são importadas. E, no final, com esse esforço todo, eles têm que lucrar alguma coisa também, né?", calcula Fernando Lauletta, do Flapc4.
Do lado da Polysom, o plano é, claro, batear as fitas para o consumidor final. "Temos essa vontade, mas ainda não dispomos do maquinário certo e da matéria prima para realizar isso", diz Rafael Ramos, da Polysom. "Temos uma máquina em processo inicial de manutenção e montagem para montar os C-Zeros (cobertura plástica sem o tape dentro). Mas tanto a massa da fita quanto essas coberturas terão que ser importadas", conclui Rafa Ramos, e adiciona: "E os impostos no Brasil dificultam o valor final em qualquer linha de produção".
Isso porque nem começamos a falar dos aparelhos para tocar essas fitas. Segura aí que isso já é assunto pra outro posto. O que eu quero saber é, você voltaria a comprar fitinhas? Eu, que tenho várias imortalizadas das antigas, já estou comprando novidades 🙂
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